SUDÁRIO
A série Sudário (2014-2018) do artista Christus Nóbrega, consiste na extração do seu próprio sangue, que após complexo processo químico em laboratório, transforma-se em pigmento para ser usado em impressora jato de tinta. Com a tinta sanguínea são impressas uma série de fotografias de plantas, as quais o artista reconhece como autorretrato. As flores são escolhidas pelas seguintes categorias: (1) flores ingênuas e domésticas – utilizadas para se presentear com afeto, sejam imagens de (2) plantas de poder, – utilizadas nas tradições religiosas de matrizes africanas e indígenas para cura e fortalecimento do corpo e da alma, sejam de (3) plantas carnívoras – capazes de comer e digerir outra espécie para preservar sua própria sobrevivência, sejam (4) plantas resilientes, como as tillandsia – que simbolizam a própria capacidade de resistir em adversidades, entre outras espécies retratadas na série. O conjunto de plantas impressas com sangue constrói um grande inventário botânico com o objetivo de traçar relações entre as propriedades medicinais, espirituais, estéticas e simbólicas das plantas com a da própria cultura humana.
No momento da produção da série no Brasil, assim como em mais 70 países do mundo, gays eram proibidos de doar sangue, tendo seu sangue reconhecido pelo Estado como inválido.
Entre outras exposições, a série foi apresentada na exposição Queermuseum de curadoria de Gaudêncio Fidelis no Farol Santander em Porto Alegre e no Parque Lage no Rio de Janeiro.
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